A recente imposição de uma tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras pelos Estados Unidos, especialmente no setor de suco de laranja, levanta preocupações significativas entre os produtores. A CitrusBR, associação que representa os exportadores de sucos cítricos, destacou que o mercado norte-americano é crucial, respondendo por 40% das exportações brasileiras desse produto. Entre 2002 e 2025, as exportações de suco de laranja do Brasil aumentaram 308,1%, com um crescimento de 1.239% nas vendas para os EUA no mesmo período.
De acordo com a CitrusBR, a nova taxa pode resultar em um custo adicional de até US$ 100 milhões por ano, o que equivale a aproximadamente R$ 555 milhões. A associação lamentou a decisão, afirmando que a medida foi adotada sem considerar a relação histórica entre a produção brasileira e a indústria da Flórida. O Estado de São Paulo, que concentra 98% da produção de sucos de laranja do Brasil, é o principal afetado pela nova tarifa.
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, criticou a decisão do governo Trump, chamando-a de "indecente" e prometendo esforços para ampliar mercados e reduzir barreiras comerciais. O diretor-executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto, enfatizou a necessidade de diplomacia para reverter a situação, ressaltando que o mercado americano é insubstituível para o setor. Especialistas alertam que a tarifa pode elevar os preços e impactar a inflação nos EUA, tornando inviável a exportação do suco de laranja brasileiro, que representa 70% da demanda norte-americana.
A situação é complexa, pois a produção de suco de laranja exige investimentos significativos em infraestrutura, o que dificulta a adaptação rápida a novos mercados. Com a nova tarifa, o futuro das exportações brasileiras de suco de laranja está em risco, afetando tanto os produtores locais quanto os consumidores americanos que dependem desse produto em suas refeições diárias.