O governo dos Estados Unidos anunciou uma tarifa de 50% sobre importações brasileiras, conforme comunicado assinado pelo presidente Donald Trump na quarta-feira, 9 de agosto. A medida, que entrará em vigor em 1º de agosto, afeta diretamente o setor de papel e celulose, com a empresa Suzano (SUZB3) sendo a mais impactada, visto que 19% de suas vendas líquidas estão expostas ao mercado americano.
De acordo com análises do Goldman Sachs, essa dependência significativa do mercado dos EUA torna difícil a realocação das vendas em um curto período, especialmente devido a contratos de longo prazo com especificações rígidas. O banco também alerta que a nova política tarifária pode levar compradores a buscar fornecedores alternativos em países como Chile e Uruguai, ou a substituir por produtos domésticos.
O Brasil exportou cerca de 2,8 milhões de toneladas de celulose de fibra curta para os Estados Unidos no ano passado, representando 78% do consumo americano desse produto. A XP Investimentos e o Bradesco BBI também destacam os riscos associados a essa mudança, com a primeira afirmando que a produção local de celulose nos EUA é insuficiente para suprir a demanda, enquanto a Klabin (KLBN11) deve sofrer menos impacto devido à sua menor exposição ao mercado americano.