A recente imposição de uma tarifa de 50% sobre a carne bovina brasileira pelos Estados Unidos, anunciada pelo presidente Donald Trump, já impacta as exportações do setor. A medida, que entra em vigor no dia 1º de agosto, levou frigoríficos a cancelar embarques e suspender a produção voltada ao mercado norte-americano. A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) expressou preocupação com a situação, afirmando que as indústrias reduziram significativamente a produção destinada aos EUA e estão reorganizando suas exportações para mercados alternativos, como China, Oriente Médio e Sudeste Asiático.
No Mato Grosso do Sul, frigoríficos como JBS, Minerva, Naturafrig e Agroindustrial Iguatemi paralisaram a produção voltada aos Estados Unidos para evitar o acúmulo de estoques, uma vez que a nova tarifa compromete a competitividade do produto no mercado americano. O consultor Alcides Torres, da Scot Consultoria, destacou que a reação do mercado foi imediata, com uma drástica redução na compra de animais, gerando instabilidade em toda a cadeia produtiva.
A Minerva, uma das maiores exportadoras do Brasil, informou que cerca de 5% de sua receita líquida provém das vendas para os EUA, e a nova tarifa deve impactar esse faturamento. Analistas alertam que, além de elevar os preços da carne ao consumidor norte-americano, a tributação pode reduzir a competitividade do Brasil no mercado externo, especialmente em um momento em que a demanda por carne brasileira estava em ascensão devido à escassez de gado nos Estados Unidos.