O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros exportados para o país, em uma carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A medida, considerada a mais severa de uma nova rodada de tarifas que afeta mais de 20 nações, entrará em vigor a partir de 1º de agosto, caso não haja um acordo entre os países.
Especialistas avaliam que, apesar da alta alíquota, o impacto geral na economia brasileira deve ser limitado, uma vez que as exportações para os EUA representam menos de 2% do PIB do Brasil. O economista Paul Krugman, vencedor do Nobel, classificou as tarifas como 'perversas e megalomaníacas', enquanto Felipe Camargo, da consultoria Oxford Economics, estima que a medida poderia reduzir o PIB em apenas 0,1% até 2026.
Setores específicos, como aviação, autopeças e suco de laranja, podem ser mais afetados, levando à discussão sobre a possibilidade de redirecionar essas exportações para a China. No entanto, especialistas apontam que as pautas de exportação para os dois países são bastante diferentes. Enquanto os EUA compram produtos manufaturados, a China concentra suas importações em commodities como soja, petróleo e minério de ferro.
Guilherme Klein, professor da Universidade de Leeds, sugere que produtos como petróleo e carne bovina poderiam ser redirecionados à China, mas alerta que a atual oferta excessiva de minério de ferro pode forçar o Brasil a vender a preços mais baixos. Assim, a possibilidade de absorção pela China, embora existente, apresenta desafios significativos para os exportadores brasileiros.