O anúncio da tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras pelos Estados Unidos, que entrará em vigor em 1º de agosto, ainda não foi totalmente precificado nas ações da Embraer (B3: EMBR3; NYSE: ADR ERJ), conforme análise do JPMorgan. A instituição estima que uma tarifa de 10% já havia causado uma redução de 0,7% a 0,9% na margem EBIT da empresa, e que o preço atual das ações sugere uma tarifa implícita de cerca de 20%.
Com base nessa análise, a nova tarifa de 50% poderia resultar em um impacto negativo anualizado de aproximadamente US$ 338 milhões, representando uma redução de cerca de 41% no EBIT da Embraer. Para que o mercado ajuste completamente essa tarifa, as ações da companhia poderiam sofrer uma queda de até 30% em relação ao fechamento de 8 de julho, último pregão antes do anúncio.
Enquanto investidores estrangeiros consideram improvável a implementação total das tarifas devido a negociações em andamento com o México e Canadá, investidores locais demonstram preocupação, vendo as tarifas como um fator principal para a venda das ações. O JPMorgan ressalta que as tarifas se tornaram um peso significativo para os investidores, posicionando a Embraer como uma "proxy" para o risco tarifário no curto prazo.
Apesar do cenário desafiador, o JPMorgan mantém uma visão otimista a longo prazo para a Embraer, destacando sua diversificação de produtos e mercados. A recomendação permanece overweight, com um preço-alvo de R$ 93 para as ações da empresa.