A partir de 1º de agosto, os Estados Unidos aplicarão uma tarifa de 50% sobre o suco de laranja brasileiro, o que poderá resultar em perdas de até US$ 792 milhões por safra, conforme estimativa da CitrusBR (Associação Nacional das Indústrias Exportadoras de Sucos Cítricos). O impacto representa um aumento de 456% em relação aos impostos pagos na safra 2024/25, que totalizaram US$ 142,4 milhões.
Atualmente, o Brasil paga uma tarifa fixa de US$ 415 por tonelada para exportar suco de laranja aos EUA. Com a nova alíquota, o setor enfrentará uma carga tributária ainda mais elevada, especialmente se a tarifa adicional de 10%, anunciada em abril, não for revogada. Mesmo que a nova tarifa substitua a anterior, o prejuízo continua significativo, com a CitrusBR prevendo um impacto de US$ 635 milhões por safra, um aumento de 345,8% em relação à carga tarifária atual.
Os Estados Unidos são um dos principais destinos das exportações brasileiras de suco de laranja, que também têm a Europa como mercado-chave. Juntos, esses dois mercados absorvem mais de 80% das vendas externas do Brasil. Em 2022, os EUA importaram 307.673 toneladas do produto, gerando uma receita de US$ 1,31 bilhão e representando 41,7% das exportações do setor.
A CitrusBR alerta que não existem mercados alternativos com capacidade para absorver o volume atualmente exportado para os EUA, aumentando o risco para a cadeia produtiva. Embora o Brasil controle aproximadamente 70% das exportações globais de suco de laranja concentrado e congelado, a dependência dos mercados tradicionais pode comprometer a sustentabilidade do setor em face de novas tarifas.