A imposição de uma tarifa adicional de 50% sobre produtos brasileiros, a ser aplicada pelos Estados Unidos a partir de 1º de agosto, pode resultar em perdas de até US$ 1,3 bilhão para o setor de carne bovina em 2025, segundo estimativas da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo). A entidade alerta que, se mantida, essa medida poderá ultrapassar US$ 3 bilhões em prejuízos nos anos subsequentes.
No primeiro semestre de 2025, as exportações brasileiras de carne bovina e subprodutos cresceram 27,93%, totalizando US$ 7,446 bilhões. Os Estados Unidos se destacam como o segundo maior mercado para esses produtos, com vendas de US$ 1,287 bilhão, um aumento de 99,8% em relação ao ano anterior. Contudo, a nova tarifa pode inviabilizar uma parte significativa desse comércio, especialmente para produtos como carnes desossadas congeladas e sebo bovino, que sofrerão aumentos expressivos nas tarifas.
A Abrafrigo ressalta a elevada dependência do Brasil em relação ao mercado americano, especialmente em preparações alimentícias e conservas bovinas. A entidade pede ao governo brasileiro que tome medidas urgentes, como negociações diplomáticas com os EUA para evitar a tarifa, além de acelerar acordos comerciais para diversificar os mercados, que já incluem crescimento nas exportações para países como Chile, México e Rússia.
Diante do cenário desafiador, a Abrafrigo também alerta sobre o risco de retaliações que podem encarecer a importação de insumos pecuários, afetando toda a cadeia produtiva. A entidade defende a necessidade de buscar novos mercados e desburocratizar processos de exportação para mitigar os impactos da nova tarifa americana.