O governo brasileiro enfrenta desafios significativos na tentativa de negociar com os Estados Unidos, enquanto se aproxima a implementação de uma tarifa de 50% sobre importações brasileiras, prevista para entrar em vigor em 1º de janeiro. A Confederação Nacional da Indústria alerta que essa medida pode resultar na perda de mais de 100 mil empregos e uma redução de 0,2% no Produto Interno Bruto (PIB) do país. A Confederação Nacional da Agricultura também projeta uma queda acentuada nas exportações do setor para os EUA, que podem ser reduzidas pela metade.
Na última sexta-feira (25), o dólar à vista fechou em alta de 0,74%, cotado a R$ 5,5622, refletindo a pressão externa e a expectativa em torno das tarifas. Apesar da alta diária, a moeda acumulou uma queda de 0,45% na semana, após duas semanas de valorização, impulsionada pela notícia de que o governo americano está preparando a base legal para a nova tarifa. O Ibovespa, por sua vez, recuou 0,21%, fechando em 133.524,18 pontos, em um cenário de incertezas e falta de apetite dos investidores.
Enquanto as negociações entre Brasil e Estados Unidos permanecem estagnadas, o país pode avançar em um acordo com o Canadá no final de semana. Dados do Banco Central revelaram um déficit em transações correntes de US$ 5,131 bilhões em junho, superando as expectativas do mercado, e os investimentos diretos no Brasil não foram suficientes para cobrir esse déficit, totalizando apenas US$ 2,810 bilhões. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reiterou a intenção do Brasil de buscar um entendimento com os EUA durante um evento em Osasco.