O setor de extração de madeira e fabricação de móveis em Santa Catarina enfrenta uma crise devido à tarifa de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros. A medida, que entrará em vigor em 1º de agosto, levou indústrias do Norte do estado a interromperem a produção, uma vez que os clientes estrangeiros suspenderam as compras. No polo madeireiro do Planalto Norte, que abrange cidades como São Bento do Sul, Rio Negrinho e Campo Alegre, 62% da produção é destinada ao mercado americano.
Arnaldo Huebl, vice-presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) na região, relatou que diversas empresas já pararam suas atividades e outras estão programadas para fazer o mesmo nas próximas semanas. Ele destacou que os importadores estão aguardando para entender como a demanda será afetada pelas novas tarifas, que tornam os produtos brasileiros muito mais caros para os consumidores americanos.
Huebl lembrou que, em 1994, a valorização do real em relação ao dólar resultou em uma queda significativa nas exportações, mas as vendas continuaram. No entanto, a atual situação é mais crítica, pois os clientes dos Estados Unidos estão optando por não comprar devido ao aumento de custos. O setor, que emprega cerca de 7 mil pessoas, pode enfrentar demissões caso as tarifas sejam mantidas, e Huebl já considera suspender a produção na próxima semana.