O recente anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a imposição de uma tarifa de 50% nas importações de produtos brasileiros gerou apreensão em Uberaba, no Triângulo Mineiro. A cidade, que ocupa a 5ª posição no ranking econômico de Minas Gerais, tem os Estados Unidos como seu segundo maior parceiro comercial, com exportações que totalizaram quase US$ 20 milhões no primeiro semestre de 2025, destacando-se principalmente no agronegócio e na indústria de cosméticos.
As preparações capilares foram os principais produtos exportados, movimentando mais de US$ 16 milhões no mesmo período. O economista Marco Antônio Nogueira alerta que a nova tarifa pode resultar em perda de faturamento para as empresas locais, o que pode impactar negativamente investimentos e a geração de empregos. "A curto prazo, as empresas podem tentar negociar com os compradores americanos para minimizar os danos", afirmou o especialista.
Dados da Fundação João Pinheiro indicam que a China lidera o ranking de destinos das exportações de Uberaba, com US$ 85,9 milhões, enquanto os Estados Unidos ocupam a segunda posição com US$ 19,9 milhões. Apesar do temor gerado pelo tarifaço, o presidente da Associação da Indústria da Bioenergia e do Açúcar de Minas Gerais, Mário Campos Filho, acredita que o impacto sobre as usinas de açúcar será limitado, uma vez que a maior parte das exportações ocorre dentro de uma cota estabelecida desde os anos 90, ocupada principalmente por usinas do Nordeste.
O setor sucroalcooleiro, embora atento a uma investigação dos EUA sobre o etanol brasileiro, não deve sofrer grandes impactos imediatos. As empresas de Uberaba, no entanto, permanecem em alerta quanto às possíveis repercussões econômicas da nova política comercial americana.