Em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo, o setor de rochas ornamentais, que emprega cerca de 20% da população local, já sente os efeitos do anúncio de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, prevista para entrar em vigor em 1º de agosto. Desde a comunicação oficial do presidente dos EUA, Donald Trump, em 9 de julho, empresas do segmento, que exportaram 56,3% de sua produção para os Estados Unidos em 2024, começaram a demitir funcionários. A Lime Stone, por exemplo, cortou 31 dos 57 colaboradores, alegando que a tarifa inviabiliza o negócio.
A cidade, que abriga aproximadamente 700 empresas dedicadas à extração e beneficiamento de mármore e granito, está em alerta. O prefeito Theodorico Ferraço (PP) enviou uma carta ao presidente americano pedindo a reconsideração da tarifa, alertando que a medida pode ter consequências econômicas devastadoras para a região, comprometendo até 30% da arrecadação municipal.
Empresários locais, como Bruno Sfalsin, da Lime Stone, já buscam alternativas para reestruturar suas operações, focando no mercado interno e explorando novas oportunidades em regiões como Europa e Oceania. A situação é crítica, e a expectativa é de que o governo brasileiro consiga negociar a redução ou a isenção das tarifas, especialmente para o setor de rochas ornamentais, vital para a economia local.