A recente decisão do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros gerou uma intensa troca de acusações entre aliados de Jair Bolsonaro e o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. A medida, anunciada na quarta-feira (9), foi interpretada por bolsonaristas como uma consequência da política externa do atual governo, que, segundo eles, se distanciou dos interesses americanos ao se aproximar de nações como China e Irã.
Bolsonaro, em uma publicação nas redes sociais, fez referência a um versículo bíblico que sugere que a justiça traz alegria ao povo, em um claro recado a Lula. A declaração ocorreu logo após Trump enviar uma carta ao governo brasileiro, criticando o Supremo Tribunal Federal (STF) e o julgamento de Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado, alegando, sem evidências, que os EUA enfrentam prejuízos na relação comercial com o Brasil.
Por outro lado, o governo Lula atribui a responsabilidade pela tarifa à atuação do deputado Eduardo Bolsonaro, que está nos EUA e mantém contatos com Trump. Em nota, Eduardo chamou a tarifa de "Tarifa-Moraes", sugerindo que é uma resposta aos supostos abusos do STF. O governo brasileiro, por sua vez, defende que a carta de Trump carece de fundamentos econômicos e é parte de uma estratégia bolsonarista para internacionalizar sua crise judicial.
Em resposta, Lula reafirmou a soberania do Brasil, afirmando que o país não aceitará tutelas externas e que qualquer medida unilateral será tratada com base na Lei da Reciprocidade Econômica. Nos bastidores, aliados de Lula utilizam a frase "Lula quer taxar os super-ricos. Bolsonaro quer taxar o Brasil" para contrabalançar a narrativa bolsonarista e destacar a responsabilidade dos aliados do ex-presidente na situação atual.