Uma nova tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras de açúcar orgânico, imposta pelo governo dos Estados Unidos, entrará em vigor nesta sexta-feira, 1º de agosto, gerando preocupação entre os produtores da região de Ribeirão Preto, especialmente em Sertãozinho, onde uma usina local emprega mais de dois mil trabalhadores. O mercado norte-americano é responsável por 60% da produção da usina, que no último ano exportou 44 mil das 88 mil toneladas de açúcar orgânico para os EUA.
Leontino Balbo, diretor da usina, afirmou que a tarifa pode comprometer a continuidade das operações, uma vez que a dependência do mercado americano é significativa. Ele destacou que, caso a situação persista, a usina poderá ser forçada a reduzir sua produção e, consequentemente, o número de empregos gerados.
A busca por alternativas, como a redução da tarifa ou a exploração de novos mercados, é considerada essencial. No entanto, Cleuber Rufino, consultor em agronegócio, alertou que redirecionar a produção para outros países é um processo complexo, que exige cumprimento de regulamentações específicas. O mercado europeu, embora promissor, já possui acordos com outros países da América do Sul, como a Colômbia.
Plínio Nastari, presidente da Datagro, ressaltou que a permanência da tarifa pode prejudicar a competitividade do açúcar orgânico brasileiro em relação a produtos de países vizinhos, como Argentina e Paraguai. Ele enfatizou que essa situação coloca em risco anos de investimentos e conquistas em sustentabilidade na produção de açúcar no Brasil.