Pecuaristas de Barretos, no interior de São Paulo, enfrentam dificuldades após o anúncio da tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras de carne bovina, feita pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A medida, que entrará em vigor em 1º de agosto, já resultou na suspensão das vendas de gado e na paralisação da produção de carne destinada ao mercado americano, o segundo maior comprador da carne bovina do Brasil, responsável por 12% das exportações do país, segundo o Ministério da Agricultura.
Antonio José Prata Carvalho, pecuarista local, expressou sua preocupação com a inviabilidade dos negócios, afirmando que a tarifa torna as transações com os EUA insustentáveis. A incerteza quanto aos contratos já firmados levou frigoríficos a suspenderem as compras e a reavaliar os embarques programados, aumentando a apreensão no setor.
O diretor do Sindicato da Indústria de Alimentação de Barretos, Enílson Roberto da Silva, alertou para o risco de demissões, uma vez que a operação de empresas pode ser afetada. Ele destacou que uma das empresas locais emprega cerca de 3 mil funcionários, e a situação atual gera grande expectativa sobre o futuro das operações.
Por outro lado, o economista Edgard Monforte Merlo sugere que a queda nas exportações pode resultar em preços mais baixos da carne no mercado interno, já que frigoríficos podem direcionar a produção para o consumo local. Enquanto isso, o governo brasileiro, em resposta ao impacto da tarifa, se reuniu com empresários para discutir possíveis negociações com os EUA, mas não planeja solicitar o adiamento da medida.