Os Estados Unidos, maiores consumidores de café do mundo, dependem do Brasil para suprir cerca de um terço de sua demanda. A recente proposta do presidente Donald Trump de impor uma tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros, que entraria em vigor em 1º de agosto, gera preocupações significativas entre analistas e associações do setor. Especialistas afirmam que essa medida pode impactar drasticamente o comércio de café entre os dois países, dificultando o abastecimento no mercado norte-americano.
O Brasil é responsável por aproximadamente 34% do café importado pelos EUA, com cerca de 8 milhões de sacas enviadas anualmente. A dependência dos Estados Unidos é evidente, uma vez que o país produz apenas 1% do café que consome. A imposição da nova tarifa poderia inviabilizar a importação do grão brasileiro, forçando os importadores a buscar alternativas em países com produção menor, como a Colômbia, que não possui capacidade suficiente para substituir o volume de café arábica que o Brasil fornece.
Além disso, a ausência do café brasileiro no mercado norte-americano pode agravar a alta dos preços, que já subiram 32,4% entre junho de 2024 e maio de 2025. Marcos Matos, diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), destaca a preocupação dos importadores, que buscam diálogo com o governo Trump para evitar a aplicação da tarifa. A Associação Nacional de Café dos EUA (NCA) já está em negociações com a Casa Branca para tentar garantir a isenção da taxa, que atualmente é de 10%.