A nova tarifa de 50% proposta pelo governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, pode afetar significativamente as exportações brasileiras, especialmente nos estados da região Sudeste, que responderam por 70,1% das vendas ao país norte-americano em 2022. Os dados, provenientes do sistema ComexStat do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), indicam que São Paulo é o maior exportador, com US$ 13,5 bilhões, seguido por Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Os estados mais dependentes das exportações para os EUA, como Ceará (44,9%), Espírito Santo (28,6%) e Paraíba (21,6%), podem enfrentar dificuldades ainda maiores caso a tarifa entre em vigor em 1º de agosto. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) alerta que cada R$ 1 bilhão exportado gera 24,3 mil empregos e contribui com R$ 3,2 bilhões na produção nacional.
Especialistas, como Paulo Vicente da Fundação Dom Cabral, afirmam que a dependência das exportações para os EUA torna os estados mais vulneráveis a essas tarifas. O impacto se concentrará em setores como agronegócio, aço e petróleo, podendo levar a perdas significativas em investimentos e empregos. Vicente sugere que, para mitigar os efeitos, os exportadores brasileiros busquem diversificar seus mercados, especialmente na Europa.