O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou um plano para impor uma tarifa de 50% sobre todas as importações de café do Brasil a partir do próximo mês. A medida, que visa proteger a indústria americana, pode resultar em um aumento significativo nos preços do café, tanto em cafeterias quanto em supermercados. O Brasil, um dos maiores exportadores de café para os EUA, já enfrenta desafios devido a secas que afetaram a colheita, elevando os preços globalmente.
Dados do Departamento de Estatísticas do Trabalho dos EUA indicam que o preço médio de 450 gramas de café torrado e moído já subiu para US$ 7,93 em maio, comparado a US$ 5,99 no mesmo período do ano passado. Guilherme Morya, analista de café do Rabobank, alertou que a implementação da tarifa pode resultar em uma "situação de perda para todos", com fornecedores brasileiros hesitando em buscar novos mercados.
Caso as tarifas sejam efetivadas, especialistas preveem uma reformulação no fluxo de café mundial, com grandes compradores como a Starbucks, que normalmente garantem contratos a longo prazo, podendo enfrentar desafios na adaptação de suas cadeias de suprimentos. David Gantz, economista do Instituto Baker, destacou que a qualidade do café pode ser comprometida, uma vez que o Brasil é conhecido pela produção de café arábica, superior ao robusta, que é cultivado principalmente no Vietnã.
A expectativa é que, com a imposição das tarifas, algumas exportações brasileiras cessem completamente, enquanto outras continuarão, mas a um custo maior para os consumidores americanos. A situação gera incertezas tanto para os produtores quanto para os consumidores, que podem ter que se adaptar a um novo cenário de preços e qualidade do café no mercado americano.