O setor exportador brasileiro enfrenta um novo desafio com a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos importados para os Estados Unidos, anunciada pelo ex-presidente Donald Trump. A medida, que afeta diretamente itens como café, suco de laranja e calçados, foi recebida com surpresa e preocupação por associações de exportadores, que avaliam o impacto como extremamente negativo para os negócios.
Ibiapaba Netto, diretor-executivo da CitrusBR, destacou que a tarifa prejudica não apenas o Brasil, mas também a indústria de suco de laranja nos EUA, que depende do Brasil como principal fornecedor. O Brasil é reconhecido como o maior produtor e exportador de suco de laranja do mundo, e a nova taxação pode comprometer milhares de empregos no setor.
Marcos Matos, diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), também expressou preocupação, afirmando que a tarifa onerará o consumidor americano e que o Brasil, sendo o principal fornecedor de café dos EUA, deve ser incluído em uma lista de exceções. O setor de calçados, representado pela Abicalçados, classificou a medida como um "grande balde de água fria", especialmente após um crescimento significativo nas exportações para os EUA nos últimos meses.
Os dados mostram que, em junho, o Brasil exportou 1 milhão de pares de calçados para os Estados Unidos, gerando receitas de US$ 20,76 milhões, com crescimento em volume e receita em relação ao ano anterior. A expectativa é que as associações continuem a trabalhar em busca de soluções que minimizem os efeitos da nova tarifa sobre suas exportações.