O governo de Taiwan denunciou nesta quarta-feira (23) uma tentativa de interferência da China em seu processo democrático, a poucos dias de um referendo que pode resultar na destituição de 24 parlamentares do Kuomintang (KMT), partido de oposição. A votação está agendada para sábado (26). O Conselho de Assuntos do Continente de Taiwan afirmou que a ação do Partido Comunista Chinês é "evidente e clara".
A acusação surge em resposta a declarações do Escritório de Assuntos de Taiwan da China e de veículos estatais que criticaram o referendo. Os eleitores taiwaneses decidirão se mantêm ou destituem cerca de 20% dos legisladores do KMT, que são acusados por grupos civis de se alinharem excessivamente a Pequim.
Este referendo ocorre em um contexto de crescente pressão militar e diplomática da China sobre Taiwan. No último sábado (19), manifestantes em apoio à destituição dos parlamentares se reuniram em Taiwan, evidenciando a polarização política na ilha. O KMT, por sua vez, negou vínculos com o governo chinês e classificou a iniciativa como um ataque à democracia.
O Conselho de Assuntos do Continente de Taiwan defendeu o referendo como um direito civil legítimo, afirmando que a decisão deve ser tomada pelo povo. A votação poderá impactar significativamente a composição do Parlamento taiwanês e o equilíbrio de forças políticas na região.