A suspensão das vendas de carne bovina do Brasil para os Estados Unidos, anunciada pelo ex-presidente Donald Trump, poderá resultar em um impacto financeiro de até 1 bilhão de dólares para o mercado brasileiro. A nova sobretaxa de 50% sobre os produtos brasileiros entrará em vigor a partir de 1º de agosto, gerando preocupação entre os exportadores. A Associação Brasileira de Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC), que representa grandes empresas do setor, como JBS e Marfrig, já manifestou sua insatisfação com a medida.
Os Estados Unidos são o segundo maior importador de carne bovina brasileira, respondendo por 12% das exportações, atrás apenas da China, que representa 48%. Roberto Perosa, diretor da ABIEC, destacou que as empresas brasileiras esperavam exportar 400 mil toneladas de carne bovina para os EUA em 2025, mas com as novas tarifas, essa meta se torna inviável. Perosa também ressaltou que não há mercado alternativo que possa compensar a perda em volume e preço.
No primeiro semestre de 2025, os frigoríficos brasileiros exportaram 181 mil toneladas de carne bovina para os EUA, gerando uma receita de 1 bilhão de dólares. A ABIEC expressa grande preocupação com as perdas significativas que as indústrias poderão enfrentar, especialmente em um cenário de competição global acirrada. Além da carne bovina, outros produtos brasileiros, como suco de laranja e café, também estão sendo afetados pelo aumento tarifário, ampliando o impacto econômico negativo sobre o Brasil.