O Anuário Brasileiro da Segurança 2025, divulgado nesta quinta-feira (24), revela um dado alarmante: o suicídio entre policiais civis e militares no Brasil tem se tornado uma causa de morte mais frequente do que os próprios homicídios. Desde 2018, a taxa de suicídios entre esses profissionais tem aumentado, enquanto as mortes violentas intencionais diminuem. Em 2024, foram registrados 126 suicídios, uma queda de 8% em relação ao ano anterior, mas ainda assim, um número preocupante.
Os dados mostram que, em 2024, os policiais civis morreram mais por suicídio (20 casos) do que em confrontos (14 casos), enquanto entre os policiais militares, as mortes em confronto (156 casos) ainda superam os suicídios (106 casos), mas estes últimos representam uma parcela significativa. A tendência crescente de suicídios desde 2018 levanta questões sobre as condições de trabalho e a saúde mental dos policiais, que enfrentam desafios como assédio moral, cobrança por metas e insegurança jurídica.
Além disso, a vitimização por suicídio não é homogênea, com seis estados apresentando taxas acima da média nacional. O Rio Grande do Sul lidera com 0,7 por 1.000 profissionais ativos. Especialistas alertam que a profissão policial possui particularidades que podem agravar o adoecimento psíquico, e a falta de padronização na coleta de dados sobre saúde mental dos policiais dificulta a compreensão do problema. A arma de fogo, principal instrumento de trabalho, também é um dos meios mais utilizados nos suicídios, tornando a situação ainda mais crítica.