Em 1993, o piloto brasileiro Emerson Fittipaldi fez história ao vencer pela segunda vez as 500 Milhas de Indianápolis, celebrando com um suco de laranja brasileiro em vez do tradicional leite. Essa escolha simbolizou a força da citricultura nacional no mercado americano, mas atualmente, o setor enfrenta novos desafios devido ao aumento de tarifas imposto pelo governo Trump.
Historicamente, a citricultura brasileira buscou expandir suas exportações, especialmente para os Estados Unidos, onde a demanda por suco de laranja sempre foi alta. No entanto, a produção americana sofreu com desastres naturais e pragas, como o greening cítrico, resultando em uma dependência crescente das importações brasileiras, que atualmente respondem por 42% do suco de laranja consumido nos EUA.
Dados recentes do Cepea indicam que, na safra 2024/25, o Brasil registrou o menor volume de suco de laranja exportado desde 1997, embora a receita tenha alcançado um recorde de US$ 3,48 bilhões, um aumento de 28,4% em relação ao ano anterior. Especialistas alertam que a demanda internacional pode não se recuperar totalmente, especialmente diante das incertezas causadas pelas tarifas elevadas.
Na Flórida, a produção de laranja na safra 2024-2025 caiu 28,5% em relação ao ano anterior, refletindo uma queda de 75% em cinco anos. O governo dos EUA, pressionado por produtores locais, já havia tentado proteger o mercado americano com tarifas sobre o suco brasileiro, mas o Brasil obteve uma vitória na OMC em 2011, derrubando essas barreiras. O futuro do suco de laranja brasileiro nos EUA agora depende de como o setor se adaptará a essas novas condições de mercado.