O Brasil, líder mundial na exportação de suco de laranja, responde por 70% das importações desse produto nos Estados Unidos. A dependência do suco brasileiro se intensificou após a queda na produção da Flórida, causada por pragas e mudanças climáticas. No entanto, a exportação pode ser severamente afetada por uma tarifa de 50% anunciada pelo ex-presidente Donald Trump, que entrará em vigor no dia 1° de agosto, caso não haja um acordo entre os países.
Ibiapaba Netto, diretor-executivo da Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos, detalhou em entrevista ao podcast O Assunto, que a cadeia produtiva do suco de laranja é complexa e gera cerca de 200 mil empregos diretos e indiretos nos EUA. O processo de exportação envolve meses de logística, desde o plantio da laranjeira até o processamento e transporte do suco em navios especializados.
O suco é processado em fábricas e pode ser oferecido como concentrado ou não concentrado. O primeiro passa por um processo de evaporação, enquanto o segundo é pasteurizado. Atualmente, o suco brasileiro já enfrenta uma taxa de US$ 415 por tonelada nos EUA, representando entre 15% e 20% do valor total. O governo brasileiro está buscando resolver o impasse com os empresários, que pedem negociações para adiar a implementação da tarifa.