O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu restabelecer o decreto presidencial que aumentou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) com efeitos retroativos a 11 de junho. A medida, que já havia sido suspensa pelo Congresso, gera preocupação entre especialistas, que alertam para a possibilidade de um passivo tributário inesperado para contribuintes que realizaram operações durante o período de suspensão.
De acordo com o escritório Cepeda Advogados, a retroatividade do decreto impacta diretamente o planejamento financeiro de empresas e investidores, criando riscos relacionados a multas e juros. A decisão do STF afeta uma ampla gama de operações, incluindo crédito, câmbio e investimentos em VGBL e FIDC, exceto para operações de risco sacado, que permanecem isentas do imposto.
Moraes justificou a retroatividade com base na prerrogativa constitucional do Executivo de regular o IOF, destacando a importância do imposto na regulação do mercado financeiro. No entanto, especialistas como Diogo Olm Ferreira, do VBSO Advogados, criticam a decisão, afirmando que ela viola a segurança jurídica e complica ainda mais a relação entre contribuintes e o fisco. Economistas também apontam que a alteração retroativa das regras tributárias pode ter efeitos econômicos adversos, afetando o planejamento e o comportamento futuro dos agentes de mercado.