O impasse entre o governo federal e o Congresso Nacional sobre o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) ganhou novos desdobramentos nesta sexta-feira (4). O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sugeriu uma conciliação entre os Poderes e suspendeu tanto os decretos presidenciais que aumentaram o imposto quanto o decreto legislativo que cancelou esse aumento. A proposta gerou reações divergentes entre os senadores, refletindo a tensão política atual.
O líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (AM), elogiou a iniciativa de Moraes, considerando-a uma tentativa de promover a harmonia entre o Executivo e o Legislativo. Em contrapartida, o senador Marcio Bittar (União-AC) criticou a decisão, alegando que o Judiciário não deveria ter o poder de vetar decisões legítimas do Congresso, chamando a ação de "golpe institucional" e "ativismo judicial".
Além disso, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, manifestou apoio à decisão do STF, afirmando que ela impede o aumento do IOF, conforme a maioria dos deputados desejava. O senador Cleitinho (Republicanos-MG) chegou a sugerir o impeachment de Moraes, questionando a legitimidade de sua atuação. Outros senadores, como Marcos Rogério (PL-RO) e Rogério Carvalho (PT-SE), também se manifestaram, destacando a complexidade da situação e a necessidade de respeitar a Constituição durante o processo de conciliação.