O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que os réus do núcleo 3 da suposta trama golpista que tentou manter Jair Bolsonaro no poder após sua derrota nas urnas não utilizem uniformes militares durante seus depoimentos. A decisão foi comunicada pelo juiz auxiliar Rafael Henrique Janela Tamai Rocha, que destacou que a acusação se dirige especificamente contra os militares envolvidos, e não contra o Exército Brasileiro como um todo.
As defesas dos tenentes coronéis Rafael Martins de Oliveira e Hélio Ferreira Lima, que foram solicitados a trocar de roupa antes de depor, contestaram a determinação. Martins, atualmente preso em uma unidade militar, alegou que é obrigatório usar farda durante todo o expediente, enquanto a defesa de Lima classificou a exigência como "vexatória" e uma violação da dignidade humana, uma vez que não houve aviso prévio sobre a necessidade de comparecer sem o uniforme.
Os dois oficiais estão entre os dez réus do núcleo 3, que inclui nove militares e um policial federal. Eles são acusados de planejar ações para efetivar um golpe, incluindo um plano para sequestrar e possivelmente executar o ministro Alexandre de Moraes. As investigações da Polícia Federal revelaram que Martins havia adquirido um celular "descartável" para a execução do plano, que foi abortado devido à resistência do comando do Exército na época.