O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta segunda-feira (28) a proibição do uso de fardas durante os interrogatórios do núcleo 3, composto por nove militares e um agente da Polícia Federal, acusados de planejar um golpe de Estado em 2022. A decisão foi tomada em resposta à presença dos réus Rafael Martins e Hélio Ferreira Lima, que chegaram à sessão vestidos com uniformes militares.
Durante a audiência, o juiz auxiliar Rafael Henrique Tamai Rocha explicou que a ordem de Moraes visa diferenciar a acusação, que é contra os indivíduos e não contra o Exército como um todo. A defesa de Martins solicitou o adiamento do interrogatório, alegando que a determinação não havia sido formalmente despachada, enquanto os advogados de Lima consideraram a situação “vexatória” para seu cliente, que precisou trocar de roupa.
O juiz auxiliar sugeriu que a defesa providenciasse outra vestimenta para Lima enquanto aguardava ser questionado. Até o fechamento desta reportagem, os réus ainda não haviam sido ouvidos nem trocado suas roupas, e os depoimentos estavam programados para ocorrer em ordem alfabética.
De acordo com a denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR), os integrantes do núcleo 3 são acusados de realizar “ações de campo” para monitorar e neutralizar autoridades públicas, além de tentarem pressionar o alto comando do Exército para efetivar o golpe. Os réus incluem coronéis e tenentes-coronéis do Exército, além de um agente da Polícia Federal.