O procurador-geral da República, Paulo Gonet, solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a manutenção da prisão preventiva do coronel Marcelo Câmara, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro, sob suspeita de tentativa de interferência no acordo de delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid. A manifestação foi feita em resposta a um recurso da defesa de Câmara, que pedia sua libertação.
Câmara foi preso no mês passado após seu advogado, Eduardo Kuntz, informar ao STF sobre conversas que manteve com Mauro Cid, nas quais tentava obter informações sobre a delação. Nos diálogos, Kuntz sugeriu que Cid deixasse Câmara de fora de seus depoimentos e considerasse trocar de advogado.
Gonet destacou que as mensagens trocadas entre Kuntz e o suposto perfil de Cid indicam que Câmara estava ciente das conversas e se beneficiava delas em sua defesa. O procurador argumentou que esses elementos representam riscos ao andamento do processo e à aplicação da lei penal, justificando a manutenção da prisão. A Polícia Federal já abriu um inquérito para investigar as alegações.
Vale lembrar que Marcelo Câmara já havia sido preso anteriormente, entre janeiro e maio do ano passado, após ser acusado de monitorar o ministro Alexandre de Moraes. Ele foi liberado com medidas cautelares, mas sua nova prisão foi decretada após os fatos revelados por sua própria defesa.