O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu manter o afastamento do prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos, de 65 anos, investigado por suposta liderança em um esquema de vazamento de informações sigilosas da Polícia Federal. A decisão foi proferida após o prefeito sofrer um infarto durante sua prisão preventiva, permitindo que ele cumpra a pena em casa, mas mantendo todas as medidas cautelares, incluindo o afastamento do cargo.
Siqueira Campos é um dos alvos da Operação Sisamnes, que investiga corrupção e a venda de sentenças em tribunais de Justiça nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins. Detido em 27 de junho, o prefeito foi interceptado em escutas telefônicas que revelaram sua conexão com informantes que lhe forneciam dados estratégicos sobre processos no Superior Tribunal de Justiça e no Tribunal de Justiça do Tocantins.
A defesa do prefeito havia solicitado a prisão domiciliar devido a problemas de saúde, inicialmente negada. Após a Procuradoria-Geral da República requisitar uma avaliação médica, Zanin reconsiderou e decidiu pela prisão domiciliar, citando a inadequação do local de detenção para o tratamento de Siqueira Campos. As investigações indicam que ele teria antecipado informações sigilosas sobre operações da PF para aliados, sendo identificado como o chefe do esquema criminoso.
A análise do celular do prefeito revelou indícios de sua atuação na obstrução de operações policiais. A Prefeitura de Palmas se manifestou, afirmando que as investigações não têm relação com a atual administração e que o prefeito está disposto a colaborar com as autoridades durante o processo investigativo.