O Supremo Tribunal Federal (STF) inicia nesta segunda-feira (28) o interrogatório de dez réus acusados de integrar um dos núcleos da trama golpista investigada pela Corte. A Procuradoria-Geral da República (PGR) afirma que o grupo é responsável por ações coercitivas, incluindo o monitoramento de autoridades públicas, marcando um avanço na fase de instrução do processo após a coleta de depoimentos de testemunhas na semana passada.
Os acusados pertencem ao núcleo 3 do inquérito e são investigados por planejar ataques ao Estado Democrático de Direito. Entre os réus estão militares da ativa e da reserva do Exército, conhecidos como "kids pretos", além de um agente da Polícia Federal. O grupo é acusado de elaborar um plano denominado "Punhal Verde e Amarelo", que previa o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente Geraldo Alckmin, com execução programada para 15 de dezembro de 2022.
Os dez réus respondem por crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, organização criminosa, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. A PGR sustenta que os acusados atuaram de forma coordenada para desestabilizar o governo democraticamente eleito, utilizando ameaças, monitoramento e planejamento violento.
Após os interrogatórios, o relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, abrirá um prazo de cinco dias para que defesa e acusação solicitem diligências complementares. Em seguida, será iniciada a fase de alegações finais, onde o Ministério Público e os advogados apresentarão seus argumentos, e a decisão caberá à Primeira Turma do STF, que determinará a condenação ou absolvição dos réus.