O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou nesta segunda-feira (28) os interrogatórios de dez réus envolvidos no núcleo 3 da ação penal que investiga a tentativa de golpe de estado liderada por membros da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Entre os réus, o coronel do Exército Marcio Nunes de Resende Júnior destacou a falta de posicionamento do Exército em relação ao acampamento de manifestantes em frente ao Quartel General em Brasília, o que, segundo ele, poderia ser interpretado como apoio à aglomeração.
Resende Júnior afirmou que o "silêncio ensurdecedor" da corporação permitiu que os manifestantes, que não aceitavam o resultado das eleições de 2022, se sentissem legitimados a discursar e a se organizar no local. O coronel, que também enviou mensagens com teor golpista em um grupo de WhatsApp, negou ter tentado articular qualquer ação e afirmou que suas mensagens não tiveram impacto significativo.
O acampamento, que surgiu após o segundo turno das eleições, foi desmantelado em 9 de janeiro, um dia após os atos golpistas que resultaram na invasão das sedes dos Três Poderes. A operação policial prendeu cerca de 1.200 pessoas no local. O caso ganhou notoriedade após a revelação de que alguns dos envolvidos nos atos de vandalismo estavam acampados na área, incluindo George Washington de Oliveira Sousa, que tentou detonar um explosivo nas proximidades do Aeroporto de Brasília na véspera de Natal de 2022.