O Supremo Tribunal Federal (STF) realizou nesta quinta-feira (24) o interrogatório de réus envolvidos nos núcleos 2 e 4 da tentativa de golpe de Estado que visava manter Jair Bolsonaro no poder. Os depoimentos ocorreram por videoconferência, com a segunda turma ouvindo sete réus do núcleo 4, acusados de disseminar informações falsas, enquanto a primeira turma interrogou seis réus do núcleo 2, que teriam gerenciado as ações da trama golpista.
Entre os interrogados, Filipe Garcia Martins Pereira, ex-assessor internacional da Presidência, admitiu ter estado no Palácio da Alvorada no final de 2022, mas negou conhecer uma suposta minuta do golpe ou ter participado de reuniões com os comandantes das Forças Armadas. Martins classificou a minuta como "fantasma" e afirmou que não houve qualquer reunião sobre o tema.
O coronel da reserva Marcelo Costa Câmara e a ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça, Marília Ferreira de Alencar, também prestaram depoimento. Câmara negou ter monitorado autoridades, enquanto Alencar confirmou ter realizado um estudo sobre os votos nas eleições de 2022, mas negou que o trabalho tenha sido direcionado para ações da Polícia Rodoviária Federal. Por outro lado, o general da reserva Mário Fernandes admitiu a autoria de um plano que previa o assassinato de autoridades, mas afirmou que se arrependeu de ter digitalizado suas ideias. Os 13 réus respondem por diversos crimes, incluindo tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa armada.