Nesta segunda-feira (28), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) ouviu militares acusados de conspirar para prender e assassinar autoridades, visando impedir a posse do presidente e do vice eleitos em 2022. Os réus, integrantes do núcleo 3 da trama golpista, foram interrogados por videoconferência, onde um dos acusados, o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, admitiu ter planejado a prisão de ministros do STF durante seu tempo na Divisão de Inteligência do Exército.
Os dez militares, conhecidos como 'kids pretos', são acusados de pressionar comandantes e elaborar um plano denominado Punhal Verde e Amarelo, que incluía o assassinato de figuras como o presidente Lula e o ministro Alexandre de Moraes. Apesar das graves acusações, todos os réus negaram envolvimento nas ações golpistas durante os depoimentos.
A audiência se tornou ainda mais relevante após a confissão do general da reserva Mário Fernandes, que admitiu a autoria do plano, embora sua defesa tenha contestado a interpretação de suas declarações, afirmando que ele não confessou um plano de assassinato. O coronel Bernardo Romão Corrêa Netto, um dos interrogados, alegou que uma reunião realizada em novembro de 2022 foi apenas um encontro informal entre amigos, desassociando-se de qualquer intenção golpista.
O general da reserva Estevam Theophilo Gaspar de Oliveira também confirmou ter se reunido com o ex-presidente Jair Bolsonaro, mas negou que o encontro tenha tido conotações golpistas, ressaltando que o objetivo era acalmar o presidente em relação aos resultados das eleições. A acusação, segundo o juiz substituto Rafael Henrique, se dirige aos militares individualmente, e não ao Exército Brasileiro como um todo.