O Supremo Tribunal Federal (STF) deu início nesta segunda-feira (14) às oitivas das testemunhas de defesa e acusação relacionadas aos núcleos 2, 3 e 4 da tentativa de golpe de Estado ocorrida após as eleições de 2022. As audiências, que se estenderão até 23 de julho, serão realizadas por videoconferência e terão como foco os depoimentos das testemunhas apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR). O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, prestará depoimento às 14h como informante, devido a um acordo de colaboração premiada firmado no caso.
As oitivas do núcleo 2, que envolve réus das Forças Armadas, ocorrerão entre 15 e 21 de julho, enquanto as do núcleo 3, composto por civis e militares responsáveis pela execução dos atos, estão agendadas para 21 a 23 de julho. Já as testemunhas do núcleo 4, encarregado de disseminar informações falsas sobre as eleições, serão ouvidas nos dias 15 e 16 de julho. As audiências poderão ser acompanhadas nas salas de sessões da Primeira e Segunda Turmas do STF.
Essas oitivas marcam o início da instrução processual, etapa crucial para a produção de provas tanto para a acusação quanto para a defesa. As ações penais investigam um suposto plano articulado por aliados de Jair Bolsonaro para anular o resultado das eleições de 2022 e impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, culminando na invasão das sedes dos Três Poderes em Brasília em 8 de janeiro de 2023. Além disso, as investigações apontam para um plano de assassinato do presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro do STF Alexandre de Moraes.
Os réus envolvidos nos núcleos 2, 3 e 4 incluem altos oficiais das Forças Armadas, delegados da Polícia Federal e outros civis, todos acusados de crimes como tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e participação em organização criminosa armada.