A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) deu início, nesta segunda-feira (14), a uma nova fase das ações penais relacionadas à tentativa de golpe de Estado ocorrida em 2022. Durante a sessão, foram ouvidas testemunhas de acusação contra o chamado 'núcleo 2' da trama golpista, que envolve seis réus, entre eles Fernando de Sousa Oliveira e Filipe Garcia Martins Pereira.
Os depoimentos, que não puderam ser gravados, foram acompanhados por jornalistas e iniciaram com a oitiva de Clebson Ferreira de Paula Vieira, servidor do Ministério da Justiça. Ele relatou que, a pedido da área de inteligência do ministério, elaborou documentos que associavam os votos em Lula a uma facção criminosa no Rio de Janeiro, além de fornecer dados sobre os locais onde o ex-presidente teve maior votação, que, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), foram utilizados para direcionar ações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante o segundo turno das eleições.
À tarde, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, prestou seu terceiro depoimento, reiterando que o ex-presidente e militares discutiram uma minuta golpista. Cid afirmou que Bolsonaro solicitou ajustes no documento, que previa a convocação de novas eleições e a prisão de figuras como o ex-presidente do Senado e ministros do STF. O depoimento de Cid é crucial, pois revela detalhes sobre a articulação interna que visava desestabilizar o processo democrático.
Além disso, nesta mesma data, encerra-se o prazo para a PGR apresentar as alegações finais no processo contra o núcleo crucial da tentativa de golpe, que envolve Jair Bolsonaro e sete aliados, acusados de cinco crimes. As alegações finais são a etapa que antecede o julgamento, onde se decidirá sobre a condenação ou absolvição dos réus, seguido pela manifestação das defesas dos acusados.