O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu impor tornozeleira eletrônica ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em resposta a uma série de eventos que, segundo o magistrado, configuram tentativa de obstrução de Justiça e afronta à soberania nacional. A medida foi anunciada após investigações que envolvem a família Bolsonaro e aliados internacionais, especialmente após a ida de Eduardo Bolsonaro aos Estados Unidos em março deste ano.
Eduardo Bolsonaro, deputado federal, anunciou sua mudança temporária para os EUA, o que gerou uma onda de articulações políticas com a extrema direita americana. Em resposta, parlamentares republicanos enviaram uma carta ao presidente Joe Biden pedindo sanções contra Moraes, enquanto Jair Bolsonaro se reuniu com um conselheiro do Departamento de Estado dos EUA, o que foi interpretado como uma tentativa de pressionar o Judiciário brasileiro.
A situação se intensificou com declarações de figuras como Mike Pompeo, ex-secretário de Estado dos EUA, que ameaçou Moraes com sanções. Além disso, Jair Bolsonaro admitiu ter enviado R$ 2 milhões a Eduardo, levantando suspeitas sobre movimentações financeiras. A escalada culminou em reações de Donald Trump, que defendeu Bolsonaro e criticou as investigações, levando Moraes a considerar a imposição de medidas restritivas como resposta a essa pressão internacional.
A decisão de Moraes reflete a preocupação do Judiciário brasileiro com a influência externa nas questões internas do país e marca um novo capítulo nas tensões entre o ex-presidente e as instituições brasileiras. A imposição da tornozeleira eletrônica é uma medida que visa garantir a ordem e a integridade das investigações em curso.