O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) na manhã desta sexta-feira (18), após o Supremo Tribunal Federal (STF) considerar indícios de articulação entre ele e seu filho, Eduardo Bolsonaro, para interferir na atuação do Judiciário. A decisão, proferida pelo ministro Alexandre de Moraes, incluiu a imposição de medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica e recolhimento domiciliar durante a noite e finais de semana.
A investigação da PF apura uma transação de R$ 2 milhões realizada por Bolsonaro em maio de 2025, que, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), pode ter sido uma tentativa de obstrução da Justiça e de coação de testemunhas. O ex-presidente alegou que o valor foi transferido para auxiliar Eduardo durante uma viagem aos Estados Unidos, mas a PGR vê a ação como parte de um plano para desestabilizar o STF e garantir impunidade penal.
Durante a operação, que ocorreu na residência de Bolsonaro e na sede do PL, os agentes relataram que o ex-presidente e sua esposa, Michelle, demonstraram nervosismo, mas não resistiram à ação policial. Além da tornozeleira, Bolsonaro está proibido de se comunicar com diplomatas e outros investigados, bem como de acessar redes sociais, conforme as determinações de Moraes. A PF investiga ainda se houve atentado à soberania nacional por parte do ex-presidente.