O Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu nesta segunda-feira (28) o interrogatório de 31 réus envolvidos nas ações penais relacionadas à tentativa de golpe de Estado durante o governo de Jair Bolsonaro. Os depoimentos foram realizados ao longo do mês de outubro e marcam o fim da fase de instrução das denúncias apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Os acusados são investigados por tentativas de reverter o resultado das eleições de 2022.
O último interrogatório foi realizado hoje, com a participação dos réus do núcleo 3, que são acusados de planejar ações táticas para implementar o golpe, incluindo o monitoramento de autoridades como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Alexandre de Moraes. Após o encerramento dos interrogatórios, os réus deste núcleo têm um prazo de cinco dias para apresentar requerimentos complementares ou solicitar novas diligências, enquanto os prazos para os demais núcleos já estão em andamento.
Na sequência, será aberto um período de 15 dias para as alegações finais tanto da defesa quanto da PGR, que é responsável pela acusação. Essas alegações representam a última oportunidade para as partes se manifestarem antes da sentença, que poderá resultar em condenação ou absolvição dos réus. Os acusados enfrentam diversas acusações, incluindo organização criminosa armada e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
O núcleo 1, que inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete aliados, está mais avançado no processo, com a PGR já tendo solicitado a condenação. As alegações finais do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, e das defesas ainda estão pendentes. O julgamento que decidirá sobre a condenação ou absolvição dos réus está previsto para ocorrer em setembro, sob a responsabilidade da Primeira Turma do STF, liderada pelo relator Alexandre de Moraes.