O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, se reuniu nesta quarta-feira (9) com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tratar das recentes tarifas impostas pelos Estados Unidos ao Brasil. O governo americano, liderado por Donald Trump, anunciou uma taxação adicional de 50% sobre produtos brasileiros, alegando que o STF estaria ultrapassando seus limites. Durante a conversa, ficou decidido que o Itamaraty seria o responsável por se manifestar sobre a situação, enquanto os ministros do STF se manteriam em silêncio.
Apesar da pressão externa, o STF reafirmou seu compromisso em prosseguir com o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, previsto para ocorrer entre o final de agosto e início de setembro. A expectativa é de que Bolsonaro, já declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), enfrente acusações de tentativa de golpe de Estado. Ministros do tribunal expressaram, em caráter reservado, que não se deixarão intimidar por possíveis intensificações nas críticas dos EUA.
Após o anúncio das tarifas, o ministro Flávio Dino utilizou suas redes sociais para manifestar seu orgulho em integrar o STF, ressaltando a importância da proteção da soberania nacional e da democracia, sem mencionar diretamente a pressão americana. Em maio, a administração Trump já havia sinalizado a possibilidade de sanções contra o STF, com o secretário de Estado, Marco Rubio, afirmando que restrições seriam impostas a funcionários que censurassem americanos.
A situação gerou reações diversas no Brasil, com governistas sugerindo o uso da Lei da Reciprocidade contra os EUA, enquanto a bancada ruralista pediu cautela e diplomacia diante do cenário de tensão internacional.