O Ministério Público Federal (MPF) do Amazonas e a Starlink fecharam um acordo inédito para combater o garimpo ilegal na região amazônica, utilizando a tecnologia de internet via satélite da empresa. A partir de janeiro de 2026, a Starlink será obrigada a exigir documentação completa de todos os usuários na Amazônia Legal, um passo significativo no combate a atividades ilícitas que devastam o meio ambiente. O acordo prevê ainda a transferência de propriedade de terminais apreendidos em operações contra o garimpo para as autoridades e o fornecimento de dados cadastrais e de geolocalização de usuários em áreas sob investigação, além do bloqueio de acessos identificados como relacionados ao garimpo. A iniciativa representa um avanço na fiscalização de áreas remotas e de difícil acesso.
Este acordo inédito demonstra a crescente preocupação com o uso de tecnologias modernas para fins ilegais na Amazônia. O garimpo ilegal, impulsionado pela facilidade de comunicação e localização via internet, tem causado danos ambientais irreversíveis, segundo especialistas ouvidos pelo NYT Brasil. De acordo com o MPF, a Starlink se comprometeu a colaborar ativamente na identificação e bloqueio de usuários envolvidos em atividades ilegais, fornecendo dados cruciais para as operações de fiscalização. A empresa, por sua vez, busca evitar o uso de sua infraestrutura para atividades criminosas, protegendo sua reputação e contribuindo para a preservação ambiental. A iniciativa também estabelece um precedente para futuras parcerias público-privadas no combate ao crime ambiental.
As implicações deste acordo se estendem além do combate imediato ao garimpo ilegal. A parceria entre o MPF e a Starlink sinaliza uma nova era de cooperação entre o setor privado e as autoridades na luta contra crimes ambientais, utilizando a tecnologia como ferramenta de fiscalização. A eficácia da iniciativa dependerá da efetiva implementação das medidas acordadas e da capacidade de monitoramento das atividades na Amazônia. Espera-se que o acordo sirva como modelo para outras empresas de tecnologia e que incentive a criação de mecanismos mais eficazes para a proteção da floresta e o combate a crimes ambientais, abrindo caminho para uma gestão mais inteligente e integrada do território amazônico.