As stablecoins, criptomoedas atreladas a ativos estáveis, estão gerando grande expectativa no mercado financeiro, mas especialistas alertam que sua adoção em pagamentos cotidianos nos Estados Unidos pode ser limitada. A Circle, emissora de stablecoins com sede em Nova York, recentemente abriu capital e alcançou um valor de mercado de US$ 40 bilhões, superando em 500% suas próprias estimativas. Enquanto empresas como Fiserv e Stripe anunciam planos para lançar tokens lastreados em dólar, a realidade da adoção em larga escala ainda é incerta.
Analistas apontam que, embora as stablecoins possam oferecer soluções para pagamentos internacionais, sua implementação em transações diárias nos EUA enfrenta barreiras. Os consumidores americanos não apresentam incentivos claros para mudar de sistema, e os custos de processamento com stablecoins não são significativamente mais baixos do que os métodos tradicionais, como cartões de crédito.
Por outro lado, o uso de stablecoins em pagamentos internacionais mostra-se promissor. Segundo Matt Streisfeld, da Oak HC/FT, essas criptomoedas podem substituir o complexo sistema de bancos correspondentes, reduzindo custos e aumentando a eficiência nas transações. A empresa de análise Artemis estima que US$ 80 bilhões em pagamentos não relacionados a negociações sejam realizados anualmente com stablecoins, principalmente em mercados fora dos EUA, como América Latina e África, onde a demanda por soluções de pagamento mais acessíveis é crescente.