Cerca de 77 mil toneladas de frutas brasileiras estão em risco de deterioração ou venda a preços abaixo do mercado devido à tarifa de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que entra em vigor em 1º de agosto. A medida já resultou na suspensão de embarques de frutas, pescados, grãos e carnes para o país. O impacto é significativo, com 36,8 mil toneladas de manga, 18,8 mil toneladas de frutas processadas, 13,8 mil toneladas de uva e 7,6 mil toneladas de outras frutas aguardando exportação.
A Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas) informou que aproximadamente 2,5 mil contêineres estão prontos para embarque, o que seria suficiente para abastecer grandes capitais brasileiras por um ano. O presidente da Abrafrutas, Guilherme Coelho, destacou que a situação é crítica, pois a janela de embarques coincide com a aplicação da nova sobretaxa, e as alternativas para o setor são limitadas.
A crise afeta especialmente os produtores do Vale do São Francisco, principal região produtora de frutas do Brasil. A continuidade do impasse pode resultar em demissões e prejuízos em toda a cadeia logística da fruticultura nacional. Além disso, a CitrusBR alertou que a exportação de suco de laranja também está ameaçada, com um aumento de 533% na taxação, comprometendo a receita de mais de US$ 1,3 bilhão do Brasil na safra 2024/2025.
Em resposta à situação, o governo federal orientou as empresas brasileiras a contatarem seus compradores nos EUA e está buscando negociar um adiamento da tarifa por pelo menos 90 dias, na esperança de mitigar os danos ao setor.