Desde a ascensão de Mohammad al-Julani ao governo interino da Síria, após a queda de Bashar al-Assad, o país tem enfrentado um aumento significativo da violência sectária. Al-Julani, ex-líder de um braço da al-Qaeda, adotou uma nova postura ao se apresentar como Ahmed al-Sharaa, buscando moderar sua imagem e distanciar-se de seus antecedentes jihadistas. No entanto, a violência contra comunidades alauítas e cristãs, bem como a recente repressão aos drusos, indicam que as tensões sectárias continuam a crescer.
Relatos de abusos contra a comunidade alauíta na costa síria, especialmente em Latakia, têm sido frequentes, com execuções e torturas justificadas como retaliação a aliados do regime anterior. Além disso, um atentado em junho vitimou 25 cristãos em Damasco, evidenciando a fragilidade da segurança para minorias religiosas no país. A situação dos drusos, que somam mais de 700 mil na Síria, também se deteriorou, com relatos de violência e repressão por parte de grupos sunitas.
A escalada da violência levou Israel a intervir militarmente, bombardeando alvos do exército sírio em Damasco, em resposta às ameaças contra a comunidade drusa. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu reafirmou o compromisso de proteger os drusos, tanto em Israel quanto na Síria, destacando que a violência contra esse grupo não será tolerada. A situação na Síria continua a ser um ponto crítico de instabilidade no Oriente Médio, com repercussões que se estendem além de suas fronteiras.