O governo sírio anunciou nesta quinta-feira (17) a retirada de suas tropas da cidade de Sweida, localizada no sul do país e habitada pela minoria étnica drusa, que possui laços com Israel. A decisão segue um acordo de cessar-fogo proclamado na quarta-feira e foi confirmada por fontes do Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) e testemunhas locais. O presidente sírio, Ahmed al Sharaa, informou que a segurança na região será delegada a 'facções locais' drusas, embora mais detalhes não tenham sido fornecidos.
A retirada das forças armadas sírias ocorre em meio a um aumento das tensões na região, especialmente após ataques israelenses em Damasco na quarta-feira, que visaram o Ministério da Defesa e outras instalações estratégicas. Esses ataques foram motivados por recentes confrontos entre o Exército sírio e combatentes drusos, que resultaram em mais de 370 mortes desde o último domingo, segundo o OSDH.
A situação em Sweida é complexa, com a presença de diversos grupos minoritários, incluindo drusos e beduínos, que têm enfrentado uma crescente violência. A comunidade drusa, que se originou de um ramo do islamismo xiita, tem enfrentado desafios significativos desde a ascensão do novo governo sírio, que, apesar de prometer inclusão, tem sido acusado de perseguições a minorias. A retirada do Exército sírio pode ser vista como uma tentativa de estabilizar a situação, mas os conflitos na região continuam a representar uma ameaça à paz local.