O presidente interino da Síria, Ahmed al-Sharaa, anunciou na quinta-feira (17 de julho de 2025) que grupos militantes desrespeitaram o cessar-fogo estabelecido na província de Sweida, no sul do país. A trégua foi acordada após a retirada das tropas do governo da região, que enfrentou intensos confrontos nos dias anteriores, resultando na morte de pelo menos 594 pessoas.
A escalada da violência teve início quando o governo sírio, sob a liderança de islamistas, tentou aumentar sua presença na tradicionalmente autônoma região drusa, provocando tensões sectárias e rivalidades locais. Em resposta aos conflitos, Israel realizou ataques aéreos contra posições do Exército sírio em Sweida e arredores, atendendo a pedidos da comunidade drusa israelense por uma ação militar contra a ofensiva síria.
Após a pressão internacional e os bombardeios, o governo sírio concordou em negociar uma trégua com os líderes drusos locais. O acordo prevê a retirada das forças do regime das áreas de combate, mantendo apenas uma presença policial sob controle da comunidade drusa. A ONU relatou que quase 2.000 famílias foram deslocadas devido à violência, e a cidade de Sweida foi descrita como desolada, com lojas saqueadas e corpos nas ruas.
Al-Sharaa se comprometeu a responsabilizar aqueles que violaram a trégua e a proteger os direitos da comunidade drusa, afirmando que eles estão sob a proteção do Estado. O presidente também declarou que a prioridade de sua gestão é a segurança dos cidadãos sírios e drusos, afirmando não temer uma guerra contra Israel.