Registros da plataforma Evidence, utilizada pela Polícia Militar de São Paulo para armazenar imagens de câmeras corporais, revelam vulnerabilidades que possibilitam a manipulação e exclusão de gravações. A major Adriana Leandro de Araújo é acusada de alterar e apagar um vídeo relacionado à morte de Joselito dos Santos Vieira, ocorrida em 9 de março de 2024, em Santos. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) confirmou a abertura de uma sindicância interna para investigar as alegações.
A gravação, inserida no sistema no dia seguinte à operação policial no Morro do José Menino, foi acessada pela major em 18 de março, quando modificou informações cruciais, como o nome do policial responsável e a data da ocorrência. No dia seguinte, a gravação foi excluída. A operação ocorreu após o policial Ruterval Adriel Jorge ter sido baleado na região, e Joselito foi morto durante as buscas pelos suspeitos.
A plataforma Evidence, implementada em 2021, armazena cerca de 20 milhões de vídeos das câmeras corporais da PM paulista, que foram expandidas de 2.500 para 10.000 equipamentos. Em resposta às denúncias, a SSP informou que um novo modelo de câmeras foi adotado em junho de 2025, com melhorias na integridade da cadeia de custódia e maior controle de acesso.
As novas câmeras, que não gravam mais ininterruptamente, são ativadas remotamente e têm momentos específicos para gravação, incluindo grandes operações e ações em áreas vulneráveis. A PM reafirmou seu compromisso com a legalidade e a transparência, e a sindicância está em andamento para apurar os fatos relacionados ao caso de Joselito.