Representantes sindicais se reuniram com o governo federal na manhã desta quarta-feira, 16, para discutir a iminente implementação de tarifas de 50% sobre exportações brasileiras para os Estados Unidos, prevista para entrar em vigor em 1º de agosto. Os líderes trabalhistas expressaram preocupação com a falta de alternativas para evitar demissões em massa, caso as tarifas sejam efetivadas. Moacyr Tesch, presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), classificou a situação como uma "bomba-relógio" prestes a explodir.
Durante a reunião do Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais, Tesch e Sérgio Nobre, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), destacaram a necessidade urgente de uma solução para o impasse. Nobre enfatizou que a efetivação das tarifas teria um impacto severo na economia brasileira e sugeriu a formação de um grupo de trabalho envolvendo governo, setor empresarial e trabalhadores para encontrar uma saída para a crise.
Os sindicalistas afirmaram que a estratégia atual é negociar intensamente para impedir a implementação das tarifas. Nobre mencionou que alguns produtos já estão a caminho dos Estados Unidos e que é crucial buscar um acordo para proteger empregos e empresas. Tesch também ressaltou que centrais sindicais dos EUA estão se unindo à causa, reconhecendo que a situação os afeta diretamente.
A terceira reunião do comitê, que contou com 18 representantes de diversos setores, resultou na proposta de estender as discussões por mais 90 dias. No encontro anterior, o setor agropecuário havia pedido cautela e a conclusão das negociações até 31 de julho, em um esforço para mitigar os impactos das tarifas sobre a economia nacional.