O mercado de ações dos Estados Unidos, que alcançou máximas recordes neste mês, apresenta indícios de que a alta está perdendo força. O índice S&P 500 completou 17 sessões sem registrar variações de 1% em qualquer direção, o maior período de estabilidade desde dezembro, segundo Matt Maley, estrategista da Miller Tabak & Co. Ele destaca que essa redução no movimento indica uma diminuição do ímpeto do mercado após uma recuperação significativa desde as mínimas de abril, impulsionada por tarifas comerciais.
Os investidores, cansados de aguardar um aumento mais amplo no mercado, parecem hesitar em meio a incertezas sobre a estabilidade do emprego do presidente do Federal Reserve (Fed) e a guerra comercial liderada por Donald Trump. Maley observa que a perda de força em pequenas altas geralmente leva os investidores a recuar, especialmente quando não encontram sinais de uma alta mais abrangente.
Aaron Nordvik, da UBS Securities LLC, também aponta que os ventos favoráveis que sustentaram as ações estão se atenuando, embora uma queda acentuada seja improvável. Ele acredita que o perfil de risco-recompensa das ações está menos atraente do que nas semanas anteriores. A semana atual promete agitar a volatilidade do mercado, com a divulgação de resultados de grandes empresas de tecnologia, como Tesla e Alphabet, e a decisão de política monetária do Fed marcada para 30 de julho, quando se espera que as taxas de juros permaneçam inalteradas.
Apesar dos sinais de arrefecimento, a economia dos EUA continua a mostrar resiliência, com a inflação sob controle. Dan Greenhaus, da Solus Alternative Asset Management, observa que a participação de ações do S&P 500 acima de suas médias móveis de curto prazo caiu, mas ressalta que os dados econômicos e os comentários corporativos têm sido positivos, o que pode justificar um otimismo cauteloso entre os investidores.