Os negociadores políticos do Brics, conhecidos como sherpas, concluíram na noite de sexta-feira (4) a última rodada de negociações antes da Cúpula de Líderes, agendada para os dias 6 e 7 de outubro no Rio de Janeiro. As discussões abordaram temas sensíveis, como os conflitos entre Irã e Israel, a situação na Palestina e a reforma do Conselho de Segurança da ONU, embora o grupo ainda não tenha alcançado um consenso sobre esses assuntos.
O Irã, membro do Brics, pressiona por uma posição mais firme do grupo contra os bombardeios israelenses e norte-americanos, enquanto países como Arábia Saudita e Índia, que mantêm relações próximas com os EUA e Israel, hesitam em se posicionar. A situação na Palestina, que enfrenta bombardeios constantes, também influencia as negociações, com relatos de mais de 50 mil palestinos mortos nos últimos 21 meses.
Além disso, a tensão entre Índia e Paquistão, exacerbada por um conflito em maio, complicou ainda mais as discussões. O vice-chefe do Exército indiano acusou a China de apoiar o Paquistão durante o conflito. A Cúpula contará com a ausência dos presidentes da China e da Rússia, que serão representados por seus primeiros-ministros e participarão por videoconferência, respectivamente.
Apesar das dificuldades, os negociadores esperam que a Cúpula resulte em uma declaração conjunta, abordando temas como saúde, clima e inteligência artificial, além de uma declaração geral que reflita as posições do grupo. O Brasil busca fragmentar a manifestação final em quatro declarações, visando um consenso que atenda às necessidades urgentes da população do Sul Global.