Uma ala do setor produtivo brasileiro solicita ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a extensão do prazo para quitação do Adiantamento sobre Contrato de Câmbio (ACC) com instituições financeiras. Atualmente, o prazo é de 750 dias e a proposta é que seja ampliado para 1.500 dias. O pedido ocorre a apenas quatro dias da implementação de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que entrarão em vigor em 1º de agosto.
Trump comunicou a nova alíquota em uma carta enviada a Lula no dia 9 de julho, justificando a decisão pelo tratamento que o governo brasileiro dispensou ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Além do Brasil, outros países também serão impactados, mas com diferentes percentuais de taxação.
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, declarou que o governo brasileiro está elaborando um plano de contingência para enfrentar a taxação, que considera "bastante complexo". Alckmin enfatizou o empenho do governo para encontrar uma solução até a data limite, apesar do curto prazo.
Além da prorrogação do ACC, o setor produtivo também propõe a criação de um programa semelhante ao Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda (BEm), que foi implementado durante a pandemia de covid-19 para proteger empregos afetados por medidas trabalhistas, como redução de jornada e suspensão de contratos.